Oh boy, we meet every nigth
showing me draws for poems
cuddling ex-lovers and rare lands,
allways in a hurry, escaping
from the sadness of a past life:
both afraid of dying again
in each other arms.
Oh boy, you will know me best
by the sunset of life:
sleeping less Darma troubles
I'll kiss a very old traveller,
your mouth speaking 100 women
and every writen word to come.
sexta-feira, 22 de julho de 2016
domingo, 17 de julho de 2016
Arquitectura
A minha, era a gaiola mais bela de Lisboa
paredes a verde e mogmos ricos para cigarros,
um quarto para o piano em silêncio
repousando porcelanas orientais
mais quantos segredos guardados nas divisões:
fomos menos que a riqueza decorada.
Tanto foi igual a cor dos lençóis
que o abraço chegou tardio e sem corpo:
duas ideias trocadas tropeçando na mobilia
era felicidade descoordenada e sem pernas
nós dois no centro do conjunto:
magnânimos como estátuas roubadas.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
Terceiro Olho
Pensei, em tempos, demorar-me
longamente na labareda na esperança de encadear efusivamente os olhos do
leitor. Como se as palavras pudessem ser a nossa pele una e o fogo pretendesse
queimar mais alguém. Mas os infernos são indivisíveis como qualquer
responsabilidade ou multa. Ainda assim, detive-me nesse retrato, um autorretrato
cego de tanto mirar-se através da luminosidade. Confuso do que é um dia de
Verão ou uma Estrela no céu capaz de dissolver o globo ocular. Em como às vezes
não deveria ser possível determo-nos tanto tempo sobre aquilo que nos faz
feliz, principalmente quando a felicidade é um estado de ânimo que obedece
apenas à sua própria elipse. A noite vai invariavelmente cair e não valerá a
pena correr, procurar um olhar estranho ou beber da imaginação um brilho
impossível de reter. Nem as próprias palavras serão seguras, principalmente
quando lançamos os textos na fogueira ousada que é a humanidade e o seu
sofrimento universal. O relevo medonho de que na manhã seguinte jamais nascerá
o sol tornando válidos os presságios dos poetas dolorosos e mais um sem-fim de
indicações bíblicas acerca do apocalipse. Mais aqueles que acreditam na
efabulação e se atiram do penhasco sem esperar pela prova determinante: o
primeiro raio da manhã contra todas as odes. É verdade, olhei demasiado tempo a
hesitação e as possibilidades infinitas de todos os corpos estelares até gastar
o olhar de coisas excessivamente brilhantes. Chamei-lhe contemplação e com o
tempo comecei apenas a contemplar uma ideia. A ideia que tive num dia à beira
de um regato de Monet, saboreando as tonalidades da água, mentindo o travo da
tinta, bebendo alegremente do veneno com que se faz arte. Beijei com a boca
intoxicada de ficções e escrevi demasiados poemas. Fui até ao penhasco meditar
sobre fim e voltei para casa sem nada, exceto o incontornável desfecho adiado. Andei
até a adiar o momento em que pegaria nessa pintura outra vez, de saber que
ceguei o terceiro olho e agora é praticamente impossível voltar para acabar o
que comecei: o poema, o regato, o abraço a meio da madrugada.
domingo, 10 de julho de 2016
Twin of Myself
Acordo poesia, lembrança da rua vazia
ela caminhando ébria de vida, procura
a irmã que compunha a sua melodia.
Uma só miúda doente da gémea adormecida
demasiado tarde para socorrer o sonho -
a vida impossível vive enroscada
sobre o próprio corpo à procura dessa companhia.
Ela sabe as coisas que soube em tempos
como a verdade é peregrina da liberdade
e os homens sucumbem no rosto da vitima
contando artefactos acerca do amor.
Como o sofrimento não foi em vão,
mas ainda é como cadáver na estante,
tiras o livro vindo da mão mais silente
é leitura de infância nas nossas lágrimas.
Vermos o mundo embaciado de um espelho
sem saber que abraço dar ao reflexo duvidoso
a mesma igual cá dentro, mas ainda mais oblíqua
falando-me timidamente acerca do caminho:
uma bifurcação de vias estreitas no pensamento.
É eterna a cisão com que meto mão e dedais
fio na agulha que entrelaça as polaridades
alinhavando o inequivoco tempo longínquo
às palavras inventadas para o esquecimento.
ela caminhando ébria de vida, procura
a irmã que compunha a sua melodia.
Uma só miúda doente da gémea adormecida
demasiado tarde para socorrer o sonho -
a vida impossível vive enroscada
sobre o próprio corpo à procura dessa companhia.
Ela sabe as coisas que soube em tempos
como a verdade é peregrina da liberdade
e os homens sucumbem no rosto da vitima
contando artefactos acerca do amor.
Como o sofrimento não foi em vão,
mas ainda é como cadáver na estante,
tiras o livro vindo da mão mais silente
é leitura de infância nas nossas lágrimas.
Vermos o mundo embaciado de um espelho
sem saber que abraço dar ao reflexo duvidoso
a mesma igual cá dentro, mas ainda mais oblíqua
falando-me timidamente acerca do caminho:
uma bifurcação de vias estreitas no pensamento.
É eterna a cisão com que meto mão e dedais
fio na agulha que entrelaça as polaridades
alinhavando o inequivoco tempo longínquo
às palavras inventadas para o esquecimento.
sábado, 9 de julho de 2016
Tela
Tela #1
Tantas as Telas pintadas em tons cinzentosSenão cores zangadas a ragar talentos.
Letras, Claves de Sol de Amor sedentos
Tectos de rimas e desenhos com alentos.
E foram deixadas à chuva as telas.
À erosão largadas.
Esborratadas- Lavadas.
Mas, ainda não se apagaram as velas.
Porque nunca tudo foi dito.
Nem escrito.
Nem pintado.
Apesar de agora pantanoso ser o terreno.
O que piso molhado.
Joana Guerreiro
Tela #2
Somos como dois corpos em brancoUma epiderme sem raça ou biologia que lhe sirva
Duas Telas a nú, deitadas lado a lado
Como dois amantes por acontecer
Réplicas de um futuro inóvidavel.
Qualquer coisa de belo
Que não me atrevo a pintar;
Um homem ao perto
Que não me atrevo a criar.
Lígia Reyes
Poemas escritos lado a lado pelas 18.10h
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